Somos como moscas. Incomodamos, zumbizando os ouvidos da Educação. Por isso, às vezes não nos querem por perto, às vezes interditam nossa presença, às vezes nos expulsam com inseticidas, com mata-moscas. Mas basta que nos aceitem e nos acolham, para que reconheçam nosso papel transformador. As moscas pibidianas reciclam a matéria inerte, e transformam corpo em decomposição das pedagogias já mortas, evisceradas, em matéria viva! Somos mais que pibids, somos das artes. Aquelas ditas visuais (como se só um sentido nos coubesse!) Ao invés de olhos, ocelos. Os ocelos de uma mosca permitem uma visão redonda, de atrás-frente-lados no tempo-agora. Enxergam a diversidade inimaginada do espaço e de suas cores. Captam o movimento do mundo como um filme onde até os segundos se cristalizam num mínimo frame. Um microgesto chama a atenção. Por isso, a mosca escapa antes do tapa! A Mátria nos criou. Coitada! Trata-se de uma mulher pobre, cheia de dúvidas, de questionamentos, tão imatura para ser mãe! Não sabe se nos vende, ou se nos come. Como João e como Maria, fugimos à mãe que nos maltrata e nos refugiamos nas florestas escolares desse país. Encontramos lindas casinhas de doce, acolhedoras, saborosas. Encontramos bruxas e fadas na Educação. Mágica de ilusão e mágica de verdade. Iremos sempre adiante, lançando pedrinhas luminosas no chão, para marcar nossos caminhos. Mesmo que a Mátria nos devore, mesmo que a Bruxa nos enjaule. Um dia não seremos mais pibidian@s, mas moscas prosseguiremos, porque é com o Pibid que se aprende o vôo rápido e desviante, e é com as Artes que se aprende a ver o mundo pelo avesso da mediocridade. Paula Mastroberti Coordenadora do PIBID Artes Visuais da UFRGS
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